Autismo é debatido em sessão da Câmara de Vereadores de Taió
Especialista em Transtorno do Espectro Autista usou a tribuna para falar de diagnóstico e tratamento
A Câmara de Vereadores de Taió se antecipou ao dia 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo. Durante a sessão desta segunda-feira (24), a convidada na tribuna livre foi a terapeuta ocupacional Natália Andrade de Camargo Rocha, que falou sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e dos desafios da atualidade.
A terapeuta ocupacional destacou que o diagnóstico básico está na dificuldade de comportamento, dificuldade significativa de fala e comportamento estereotipado, destacou que o Autismo não é uma doença, mas sim, um transtorno no neurodesenvolvimento. “Nós não temos estatística ainda no Brasil, nós usamos a dos Estados Unidos, hoje é um para 36 crianças. Então pode ter certeza que existe pelo menos uma criança em cada sala de aula. A expectativa para 2050 é que seja um autista para uma pessoa atípica”, estimou.
O TEA tem três níveis de suporte, sendo o nível 1 o mais leve e o nível 3 o mais agudo. A falta de tratamento adequado ou o tratamento precoce podem interferir significativamente na condição de uma pessoa com o transtorno. “As crianças que estão em nível 1 de suporte e não fazem tratamento, podem migrar para o nível 3 de suporte. Uma criança de nível 3 de suporte se ela vier a ser tratada ela pode vir para o nível 1 de suporte”, destacou Natália.
A falta de profissionais da educação e da saúde especializados no tema e a falta de investimento e direcionamento adequado dos recursos, são apontados pela terapeuta ocupacional, como fatores que dificultam a realidade da TEA no Brasil. O custo de especialização comparado com a remuneração paga pelos órgãos públicos costuma ser muito defasado. “Quando temos o diagnóstico e não temos os profissionais, isso é um problema muito sério, infelizmente nós não temos profissionais, tanto que eu saio do Estado de São Paulo para atender aqui na região, venho uma vez por mês para cá, porque falta profissional”, comentou.
O investimento no tratamento na primeira infância, o auxílio no tratamento precoce, com profissionais capacitados e suporte, são apontados por Natália, como medidas cruciais para melhorar a realidade de quem é diagnosticado com TEA no Brasil. “Temos vias para isso, hoje tem sido visto formas de como treinar a família para fazer as estimulações, professores auxiliares, acompanhantes terapêuticos, com supervisão com os profissionais especializados”, concluiu.