O diretor do Instituto Vidas, Richard Choseki, ocupou a tribuna da Câmara de Vereadores de Taió, para esclarecer e desmentir fatos que têm repercutido segundo ele “maldosamente” em redes sociais e aplicativos de mensagens. Fatos que tem ocorrido desde que a entidade passou a prestar a consultoria de gestão hospitalar para o Hospital e Maternidade Dona Lisette, através de convênio com o município, no valor de R$ 321 mil por mês.
O primeiro esclarecimento envolve uma denúncia grave que teve que ser feita à polícia e ao Ministério Público, que foi a invasão e divulgação do prontuário médico de um paciente. O fato foi detectado pelo ao sistema de informatização de atendimento, que foi implantado pelo Instituto e que rastreia todos os passos ou alterações realizadas. “Nós detectamos que foi invadido o prontuário de um paciente do hospital, com uma senha ativa, fizemos boletim de ocorrência indicando a pessoa que passou o prontuário desse paciente. É crime sim e infelizmente deve envolver dois funcionários públicos de Taió”, revelou.
Uma foto do prontuário foi reproduzida através do aplicativo de mensagens, o Whatsapp, a expectativa é que toda a rastreabilidade esteja concluída até terça-feira, quando o caso será remetido também ao Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e ao Conselho Regional de Medicina (CRM). “Envolve médico, enfermeiro, quebra de sigilo médico, invasão de privacidade, envolve vários crimes. Aconteceu seguramente por parte de um funcionário público do município de Taió e tudo leva a crer que tenha mais pessoas que sejam funcionários públicos desse município envolvidos. Dentro de alguns dias nós vamos ter nomes, e vocês vão ficar boquiabertos”, antecipou.
O prontuário eletrônico é considerado seguro por ser totalmente rastreado. Ele só pode ser acessado através de uma senha que é cadastrada para cada funcionário e que tem a função de um DNA.
Atendimentos superaram números previstos
O segundo questionamento envolveu a quantidade de procedimentos, sejam consultas, exames ou cirurgias realizadas. Os números dos primeiros 60 dias da consultoria de gestão hospitalar do Instituto Vidas, que foram apresentados no plenário, comprovaram que a quantidade é superior a estimada para Taió até o fim deste ano.
No mês de agosto foram realizados 2.023 atendimentos no Pronto Atendimento (PA), de 30 internações mês, o número subiu para 70 internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foram 151 consultas de pediatria, 28 de endocrinologia, 22 de urologia, seis de psiquiatria, 13 de proctologia, 15 de otorrinolaringologia, oito de cirurgia vascular, 12 de cirurgia geral, 54 ortopédicas e 15 consultas para cirurgias ginecológicas. Entre os exames foram 15 endoscopias, 200 ultrassonografias, cinco procedimentos de colonoscopia, além dos Raios-X que já eram feitos.
Em setembro foram 1.996 atendimentos no PA, o número de internações pelo SUS praticamente dobrou, foram 139. As consultas especializadas também aumentaram, sendo 159 de pediatria, 32 de endocrinologia, 25 de urologia, 14 de psiquiatria, 12 de proctologia, 19 de otorrinolaringologia, 12 de vascular, 67 de ortopedia, 24 para cirurgias de ginecologia e 50 para cirurgia geral. Em exames foram 12 exames endoscopia, 200 ultrassonografias, seis procedimentos de colonoscopia, e 350 exames de Raios-X.
“De 600 exames especializados até o fiml do ano, já foram realizados 438, então devemos chegar seguramente em algo próximo de 1.000 exames. Das 500 consultas especializadas assumidas até o final do ano já foram realizadas 738, seguramente a gente chega ao fim do ano, próximo de 1.500 consultas, triplicando a previsão”, informou.
O número de cirurgias que foi previsto até o fim do ano é de 200. “Foram feitas 30, porém já foram realizadas 335 consultas pré-operatórias”, ressaltou.
As informações desmentem outros boatos que circularam de que o número de serviços prestados estava abaixo do que o convênio previa por especialidade. Richard explica que a cada mês é feita e entregue a prestação de contas para a Prefeitura, o recurso mensal de R$ 321 mil vai para uma conta específica, onde o dinheiro é rastreado, além disso, o depósito em cada conta, as folhas de pagamento de quem trabalhou e o nome dos pacientes atendidos estão incluídas no documento. “No mês que passou foram devolvidos aos cofres públicos mais de R$ 22 mil, que não foram utilizados. O convênio prevê que aquele serviço que não foi efetivamente concluído, como por exemplo, um paciente não compareceu, o valor é devolvido”, explicou.
Antes de concluir a fala, o diretor do Instituto Vidas, pediu aos vereadores e a população que filtrem as informações inverídicas que tem sido propagada pelas ruas e em mídias sociais. Segundo ele isso já era esperado, principalmente de pessoas que perderam vantagens ou privilégios, com a vinda do Instituto. “Quando as pessoas perdem, elas são capazes de tudo, nós estamos sofrendo muita pressão, eu particularmente estou sofrendo bastante ameaça inclusive, tenho isso registrado no meu Whatsapp, já foi entregue para a polícia para o Ministério Público, mas nós sabíamos que ia acontecer isso”, concluiu.