Sessão debate obras na ponte que liga Ribeirão Pinheiro e Ribeirão do Salto
Comunidade acompanhou as explicações detalhadas da obra que não sai do papel e que é aguardada há dois anos
A obra da ponte que liga as comunidades Ribeirão Pinheiro e Ribeirão do Salto foi o tema central da 20ª sessão ordinária, na Câmara de Vereadores de Taió. A estrutura que ainda não saiu do papel é aguardada há pelo menos dois anos, sendo que foi programada há três anos. A engenheira da prefeitura Irineia Baldessar, explicou todo o trâmite da obra que teve dois projetos e está na segunda empresa para a execução da obra.
2022
Foi contratado o projeto para a elevação da ponte em quatro metros, com a utilização dos pilares antigos, na época o valor orçado para a execução do projeto foi de R$ 2.058.000,00.
2023
Em março foi feita a licitação, que teve como vencedor a empresa Construtora Deca Ltda, que ofereceu desconto que diminuiu o custo da obra para 1.594.000,00.
Em maio foi assinada a ordem de serviço, com prazo de execução da obra em seis meses.
Em agosto houve notificação extrajudicial pelo atraso na obra, sendo que só o canteiro havia sido para tocar a obra havia sido feito. Na época a empresa justificou o atraso devido às condições do tempo.
Em setembro houve uma nova notificação com alerta para questões de segurança do trabalho, com a vida em risco aos trabalhadores.
2024
Em janeiro a empresa entrou com pedido de aditivo no valor de R$ 398 mil, após a queda dos pilares, ocasionada pela enchente de 2023. Foram cerca de três meses de debate, mas a empresa não apresentou os valores para justificar o aditivo.
Em maio e junho foram realizadas vistorias técnicas que constataram o abandono da obra. “No dia 11 de junho de 2024 eu solicitei o processo de sanção administrativa ao Prefeito, que prontamente foi atendida, para fazer a rescisão contratual de forma unilateral”, declarou a engenheira.
Um novo projeto foi contratado para ser elaborado por uma empresa especialista em pontes, para fazer a construção da desde o início, com pilares novos e fundações. O valor orçado da obra ficou em em R$ 1.990.000,00.
Em agosto foi licitado e a empresa vencedora foi a AS Built Engenharia Ltda, o contrato foi assinado em 27 de agosto, com prazo de 12 meses para a execução da obra.
Em outubro de 2024 foi feita a primeira notificação, pela paralisação da obra, onde foi concedido prazo de 10 dias para a retomada das obras. A empresa informou que não houve abandono do canteiro e que estavam com dificuldade para conseguir o maquinário necessário para realizar a obra.
Em novembro solicitaram a paralisação das obras, por não conseguir a locação do maquinário. “É uma máquina específica que vai fazer a perfuração da rocha, para fazer as estacas e a sustentação da ponte”, complementou Irineia.
2025
No dia 15 de janeiro, o prazo de 90 dias encerrou, em reunião agendada entre Município e representantes da empresa, a construtora alegou novamente a dificuldade na locação do maquinário e o desejo de realizar a obra.
Em março uma nova reunião com a empreiteira, que alegou a mesma situação de maquinário e ficou acordada uma nova data para a retomada, que seria 30 de abril.
“Ficou acordado que a obra só seria retomada com a construção das fundações. A empresa tinha a intenção de retomar construindo as vigas. A obra tem que seguir as etapas primeiro faz a fundação e depois as vigas de sustentação”, informou a engenheira.
Em 06 de maio houve o embargo da obra e no dia 26 foi feita a abertura do processo de sanção, no qual a empresa tem até o dia 26 de junho para se manifestar e apresentar defesa.
De acordo com a engenheira, uma nova licitação não está descartada, e os valores de atualização da obra já foram estimados. “O novo valor para o mesmo projeto hoje estaria em torno de R$ 3 milhões, o que significa um aporte de R$ 1 milhão a mais. O prefeito já sinalizou o aporte desse valor, para uma nova licitação”, concluiu.
Demais participações
O vereador Marcos Krueger, que requereu a presença da engenheira na tribuna, agradeceu as explicações e reforçou o apelo para que a obra seja executada. “A gente pede o empenho e a dedicação, a comunidade está sofrendo há dois anos, a gente pede encarecidamente para o Prefeito para auxiliar e mostrar vontade para essa obra acontecer”, declarou.
O empresário Emerson Seiler representou a comunidade e usou a tribuna para pedir união e fazer um apelo de agilidade, principalmente pelas crianças em idade escolar que foram as mais afetadas pelo contorno que precisam fazer para manter os estudos. “Não viemos para criticar ninguém, viemos para unir forças. Quantas pessoas precisam daquela ponte? Se nós produtores rurais e empresários não tivermos direito a uma ponte, então que olhem pelas crianças, que acordam às 04h45 para ir para a escola e depois chegar 13h em casa, e para quem estuda a tarde sai 11h e chega 19h” disse.
O vice-prefeito Udo Gütz, também fez o uso da palavra e informou que recebeu uma mensagem do dono da construtora, de que o maquinário foi providenciado. “Recebi faz uma hora a foto, a máquina ficou pronta, tomara a Deus que isso fosse verdade”, informou.