A possibilidade de municipalização da Escola de Educação Básica Leopoldo Jacobsen dominou a ordem do dia da 27ª sessão ordinária do ano na Câmara de Vereadores de Taió. Ainda sem um comunicado oficial do Executivo municipal ao Legislativo, o assunto ventilado durante a terça-feira (18) entrou para a pauta. Vereadores apresentaram requerimento para solicitar informações detalhadas e também aprovaram Moção de Apelo para que a unidade de ensino continue no comando do Estado.
O plenário, que tem capacidade para cerca de 100 pessoas, ficou lotado. Assim que iniciou a sessão o presidente da Câmara, Ricardo Oenning (Kakai) antecipou que em virtude da proporção que o assunto tomou em poucas horas, o Legislativo organiza uma audiência pública. “Na próxima quinta-feira, dia 27, às 19h30, nós vamos fazer uma audiência pública, vamos convocar prefeito, secretária, diretoria, professores, pais de alunos e vamos convidar representante da Secretaria de Estado da Educação, isso não pode ser decidido sozinho, tem que ser discutido com a comunidade”, informou.
Os vereadores aprovaram requerimento em que solicitam ao Executivo uma série de esclarecimentos, além da Moção de Apelo contra a municipalização. Ambos os documentos foram assinados pelos vereadores Aroldo Peicher Junior (Peixinho), Eder Ceola, Edésio Fillagranna, Joel Sandro Macoppi, Maria Stringari, William Henrique Noriller e o presidente Ricardo Oenning (Kakai).
Vereadores se manifestam
A repercussão automaticamente foi levada para o discurso dos vereadores em tribuna. A vereadora Clarice Fonseca Longen destacou a qualidade do ensino oferecido na escola que hoje é gerida pelo Estado. “Hoje estamos com casa cheia, por uma causa justa, professores, pais e alunos aí lutando. As minhas filhas estudaram lá e tiveram um bom ensino, tenho sobrinhos que estudam lá e o ensino é muito bom, parabéns aos professores e a equipe que está representando a escola estadual Leopoldo”, disse.
O vereador Eder Ceola destacou que o Município não consegue cumprir com vagas na educação infantil. “Hoje no município são mais de 60 crianças sem creche, os pais não podem trabalhar porque não tem vaga, ele [prefeito] quer pegar um colégio para o Município, se ele não dá conta de atender 60 vagas de crianças, não tem como admitir isso”, declarou.
O vereador Edésio Fillagranna questionou a falta de informação e a maneira que o Município adota para tratar da municipalização. “Em áudio o prefeito colocou que vai acontecer, e nós vereadores ficamos em qual sentido, vai ser feito por decreto? Como vai ser o orçamento [da Educação] do ano que vem? Tem que ter a aprovação dos vereadores”, lembrou.
O vereador Joel Sandro Macoppi ponderou que a estrutura da Escola Leopoldo Jacobsen possui uma estrutura de ampliação judicializada. “Temos lá uma obra parada, embargada, tem um processo em cima daquela construção, não sabemos como está aquela estrutura, talvez não seria o melhor negócio para o Município. Taió precisa de espaço, mas poderia lutar por uma nova escola, com estrutura moderna, nova, fora de enchente, têm tantas outras formas”, falou.
O líder de Governo na Câmara, vereador Flávio Molinari, informou que o assunto tem sido tratado de cima para baixo. “A decisão é mais de governo de Estado do que de Município, então sendo uma decisão de governos estadual e municipal, é louvável propor essa audiência pública, mas deveria ser proposta pelo Governo do Estado pela hierarquia de poderes. Quem quer transferir o imóvel, se é que se quer transferir é o Governo do Estado para o Município e não ao contrário”, informou.
O vereador William Henrique Noriller se posicionou contrário a medida e destacou que outras escolas estaduais foram oferecidas ao Município. “Não é só o Estado que quer doar, é o prefeito que quer a escola Leopoldo. O Estado ofereceu três escolas, a Hercílio Anderle, a Adele Heidrich e a Leopoldo, mas ele quer só a do Centro. Sou totalmente contra a municipalização, podem vir com a desculpa que for, vou trabalhar contra isso”, falou.
O vereador Aroldo Peicher Junior (Peixinho), lembrou que desde o tempo em que estudou naquela escola ocorreram tentativas de municipalizar. “Quando um não quer, não acontece. Sou do Governo, mas fui eleito para defender os interesses do povo. Sabemos que o Município tem a necessidade de mais uma escola, vamos pensar em uma outra área, e não desmanchar o que já está funcionado”, se posicionou.